(E é lá que o novo começa a se formar.)
Ideias repetidas nascem no centro. Mas ideias transformadoras… moram nas bordas.
É nas margens, nas zonas de atrito, nos encontros inesperados que a inovação germina. Não no meio da norma — mas no limite do conforto. Não no consenso — mas no ruído entre pontos de vista distintos.
Grandes saltos da humanidade aconteceram em interseções. A arte que flerta com a ciência. A tecnologia que se curva à estética. O matemático que virou músico. O programador que virou filósofo. As bordas são esse terreno fértil, onde o improvável se atreve a nascer.
O psicólogo Edward de Bono já dizia: a criatividade é provocada por um movimento lateral do pensamento.
Ou seja, quando você escapa da linha reta e topa com algo que quebra sua lógica habitual. Mas isso não acontece por acaso. É preciso estar lá: nas bordas. Circulando por territórios que não são 100% teus. Conectando repertórios que não costumam dialogar.
Ambientes homogêneos são ótimos para manter. Mas péssimos para romper. E toda ideia que muda algo precisa romper — nem que seja uma crença antiga.
No marketing, isso é nítido. O insight criativo que salva a campanha quase nunca sai da sala do briefing. Ele brota numa conversa com o atendimento, numa frase do cliente, num dado esquecido, numa dor que ninguém escutou direito. Ele nasce na fricção entre o esperado e o não dito. Entre o racional e o emocional. Entre o analítico e o intuitivo.
Mas a maioria das empresas tem medo das bordas. Elas preferem o previsível. Só que o previsível não cria futuro. Só repete o presente.
Quer mais inovação? Coloque pessoas diferentes pra conversar. Misture áreas. Escute sem julgar. Desorganize um pouco a lógica. Sente na borda da tua zona de conforto e espera. É de lá que vêm as ideias que incomodam antes de brilhar.
Na natureza, é na borda entre dois ecossistemas que surgem as espécies mais diversas. Na vida, é na borda entre dois mundos que surgem os caminhos mais originais. Na criatividade, é na borda entre o que você sabe e o que ainda não entende — que mora a chance de criar algo único.
Então aqui vai a pergunta que fica:
✨ O que poderia nascer se você se permitisse pensar com quem não pensa como você?





