Porque o que move o mundo não é a resposta — é a dúvida que ainda não foi resolvida.
Respostas são abundantes. Estão no Google, nos vídeos tutoriais, nas planilhas prontas, nas newsletters com títulos em caixa alta prometendo fórmulas infalíveis. Estão também nas bocas apressadas de quem tem opinião sobre tudo e escuta quase nada.
Vivemos um tempo onde saber parece sinônimo de responder rápido. Onde o raciocínio é cronometrado, o insight precisa viralizar e o conhecimento só é valorizado quando empacotado para consumo imediato. É como se a profundidade tivesse que pedir licença para entrar, enquanto a pressa se senta à mesa sem ser convidada.
Mas, em meio a essa avalanche de certezas superficiais, há um tipo de pessoa que vai na contramão: aquela que pergunta. E não estou falando de quem levanta a mão só para parecer engajado. Falo de quem pergunta com a intenção real de atravessar a superfície e tocar o que ainda não foi dito.
A pergunta bem feita tem algo de revolucionário. Ela não é só uma busca por informação — é um convite ao desconhecido. É uma forma de pensar que recusa o pronto e provoca o possível. É um instrumento de escuta e, ao mesmo tempo, um exercício de autoria. Porque quem formula uma boa pergunta está, de certa forma, criando uma nova lente para enxergar o mundo.
E isso tem tudo a ver com marketing, com estratégia, com negócios — e, claro, com inteligência artificial.
Antes de existir uma campanha memorável, houve uma pergunta incômoda: Será que estamos dizendo o que o cliente realmente quer ouvir? Antes de surgir um produto que muda o jogo, houve uma pergunta ousada: E se a gente fizesse diferente de todo mundo? Antes de qualquer prompt bem direcionado para a IA, existe uma mente humana capaz de formular o que importa — não o que é fácil, nem o que é bonito, mas o que é necessário.
Essa é a chave.
Na era da IA, a qualidade da resposta depende da qualidade da pergunta. O que separa o comum do extraordinário não é o poder da ferramenta, mas o olhar de quem a opera. É por isso que, cada vez mais, quem domina o jogo não é quem responde melhor — é quem pergunta com mais inteligência, mais profundidade, mais intenção.
E não se engane: perguntar bem não é arte apenas dos filósofos. É estratégia. É posicionamento. É habilidade crítica em tempos de ruído. No marketing, isso se traduz em briefings que não partem do achismo, mas da escuta. Em jornadas de cliente que são desenhadas a partir da real intenção do consumidor, não do ego da marca. Em conteúdos que não despejam informação, mas provocam reflexão.
Perguntar bem é conectar. É criar pontes entre mundos diferentes. É sair da bolha. É recusar o piloto automático e ter coragem de ser conduzido pela curiosidade — essa bússola que aponta para o desconhecido com precisão silenciosa.
E se há um diferencial a valorizar, é esse: A capacidade de mover conversas com perguntas que iluminam o que estava invisível. De reorientar decisões com perguntas que questionam o que parecia certo. De reconectar pessoas com perguntas que escutam, e não apenas rebatem.
Num mundo saturado de respostas rápidas, talvez o gesto mais subversivo que podemos fazer seja pausar… e perguntar melhor.
✨ Qual foi a última pergunta que mudou a forma como você vê o seu trabalho?





